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Políticos

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Monday, December 5, 2011 by

Nas últimas décadas temos vindo a assistir a uma deterioração da classe política, não só em Portugal mas em todo o mundo.

No pós segunda-guerra surgiram nos vários quadrantes póliticos personalidades que se distinguiam pela sua capacidade intelectual e clareza ideológica. A maioria dessas personalidades tinha uma vasta experiência fora da política antes de desempenhar cargos públicos. Em contraste, hoje a maioria dos nossos políticos tem origem nas juventudes partidárias, sendo escolhidos para líderes não pela sua capacidade intelectual ou clareza ideológica mas pela capacidade de influenciar os seus pares.

Esta deterioração da classe política é uma das razões para a actual crise na UE, pois explica parte dos erros cometidos nos últimos anos e os erros que continuam a ser cometidos.

Outro fenómeno a que assistimos nas actuais sociedades ocidentais é o ostracismo para com os políticos do passado, aqueles que ajudaram a contruir a UE e a nossa actual sociedade. Hoje, temos esses entes iluminados, designados de comentadores políticos, que se consideram os únicos detentores da verdade e que por isso acham que se deve ignorar as vozes do passados (veja-se os comentários recentes às declarações proferidas nas últimas semanas por Mário Soares e Manuela Ferreira Leite). O mais engraçado é que esses entes iluminados raramente são capazes de emitir propostas concretas.

Esta minha reflexão teve a sua origem nas declarações do ex-chanceler alemão Helmut Schmidt que criticou neste domingo o actual ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha por “visitar mais vezes o Médio Oriente do que Lisboa ou Atenas”, apelando a mais solidariedade de Berlim para os parceiros europeus. Helmut Schmidt é um dos constructores da UE, pelo que quer se concorde ou não (eu pela minha parte concordo plenamente) a sua opinião devia ser escutada com atenção pelos lideres politicos da UE e pela opinião pública em geral. Infelizmente duvido que tal vá acontecer


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