MUDAR esta pouca vergonha

Nos últimos meses tornou-se habitual que todos os dias surjam na comunicação social notícias sobre as secretas portuguesas e os seus comportamentos pouco ortodoxos. Estas notícias fizeram-me recordar um filme de 1967 chamado Casino Royale que também tinha espiões pouco ortodoxos. Dadas as dificuldades que o pais atravessa e dado as secretas serem parte do Estado, vamos ter esperança que algum produtor de Hollywood se interesse no tema e decida investir num filme sobre as nossas queridas secretas.

Quando uma pessoa é levada aos tribunais, com provas mais do que suficientes de que é culpado de 30000 mil crimes mas mesmo assim não passa um minuto na cadeia. Algo está mal!

Quando o clube ao qual esta pessoa preside alicia de várias maneiras e feitios jogadores de equipas contrarias, para pelo menos "darem o jeitinho" e receberem o cheque no final, nada é feito! Algo está mal!

Agora quando uma dessas equipas tenta provar por A + B ,chegando a provar com veracidade os acontecimentos, mas nada é feito! Algo está ainda pior!

Mas o ridículo e estúpido, é quando o Clube que aliciou tenta que o clube que tinha o jogador aliciado desça de divisão. Aí meus amigos está tudo dito. Vamos a começar a mudar mentalidades senão nunca mais....


Nota para os mais desatentos:
Sujeito -» Pinto da Costa
Clube 1 -» FCP
Clube 2 -» Maritimo

Nos últimas semanas os meios de comunicação social portugueses e seus queridos comentadores/opinadores parecem concordar que o fim do mundo está próximo, pelo menos para os gregos (aos quais se seguirão os portugueses) e para Miguel Relvas. Por esta razão foi bastante agradável acordar na manhã de segunda-feira com boas notícias.
Primeiro fiquei a saber que todas as sondagens dão à Nova Democracia uma vitória nas eleições gregas, conquistando entre 23,3% a 25,8% dos votos. Estas sondagens afastam a possibilidade do partido da Coligação da Esquerda Radical ganhar as eleições, o que na minha opinião levaria à saida da Grécia do euro após as eleições e ao acentuar da pressão sobre Portugal, Irlanda, Espanha e Itália. A vitória da Nova Democracia não irá resolver os problemas da Grécia, mas pelo menos dará mais tempo a todos (Grécia, Portugal e UE) para tentarem resolver os seus problemas.
De seguida li que o governador do Banco da Holanda considera que "Portugal está a fazer um enorme esforço" com vista à consolidação orçamental. Neste momento, todos os elogios são bens vindos, pelo que não poderia deixar de ficar contente com esta afirmação.
Como "mesmo todos" os elogios são bem vindos, tive também que ficar contente com os elogios da Moody's que disse que ainda "é demasiado cedo para cantar sucesso na consolidação orçamental em Portugal", mas "as estatísticas do primeiro trimestre mostram que o programa continua no bom caminho e há espaço para optimismo". De qualquer maneira, mantenho a opinião de sempre sobre as analises da Moody's (isto é, não consigo perceber o rigor e a metodologia que levam a algumas das afirmações que faz).
Já no final do dia fiquei a saber que os juros da dívida portuguesa a dois anos perderam mais de 60 pontos base durante a segunda-feira.

Muito se prolonga o caso Freeport...
José Sócrates ameaça processar quem invocar abusivamente o seu nome.
Ora segundo o que sei, não se deve invocar o nome do Senhor em vão. Desta forma devo dar razão a Sócrates. Parece que neste caso qualquer invocação que seja feita do seu nome será em vão. E será em vão pois parece que jamais vão provar alguma coisa contra este Sr.
Sugiro que em vez de invocarem o nome de José Sócrates, se comece apenas a dizê-lo.

"The Merkozy era is over. So how to label the partnership of Angela Merkel and François Hollande? Merging first names to make Frangela is too familiar for leaders who barely know each other. Homer is too American (or worse, Greek). Merkollande sounds too close to Merkozy. That leaves just the shortened Merde, which at least sums up the state of the euro."

No final do jantar da última cimeira europeia François Hollande afirmou: “caramba, estes europeus conseguem falar imenso".  Concordo plenamente com afirmação. Na realidade penso que tanta conversa é uma das causas da actual crise europeia.
Com esta afirmação Hollande já subiu uns pontos na minha consideração.

O PS, PSD e CDS chegaram esta quarta-feira a acordo para aprovar o acto adicional ao pacto orçamental proposto pelo PS com medidas para o crescimento económico e o emprego.  Apesar das boas intenções e da importância do tópico este acto adicional ao pacto orçamental é bastante vago, pelo que o seu resultado prático será para já bastante reduzido. No entanto, é importante sublinhar o exemplo de maturidade dado pelos líderes dos 3 partidos que souberam entrar em diálogo e consenso numa altura crucial para Portugal e para a UE (talvez este facto tenha ajudado ao consenso). Espero que esta atitude se mantenha nos próximos tempos, em especial no sentido de realizar algumas reformas estruturais que o país precisa.

O líder do partido da Coligação da Esquerda Radical, que ficou em segundo lugar nas eleições gregas, anda a apregoar aos 7 ventos que se ganhar as eleições de 17 de Junho terminará o acordo com a Troika, mas que isso não implicará a saída do euro nem o fim da ajuda da UE. Com estas afirmações só vejo 3 alternativas: (1) este senhor é um sonhador, que acredita no que diz; (2) este senhor anda a mentir aos gregos, pois sabe ser mentira o que diz; ou (3) este senhor pensa que chantageando a UE conseguirá alcançar os seus objectivos. Qualquer que seja o caso, o resultado nunca será muito famoso para os gregos, pois o fim do acordo com a Troika implicará a saida do euro e o fim da ajuda da UE. Se o líder do partido da Coligação da Esquerda Radical pensa que consegue chantagear a UE, anda um pouco enganado, pois os únicos que poderiam sujeitar-se a esta chantagem seriam Portugal, Irlanda, Espanha e Itália, e infelizmente o seu poder na UE é muito pequeno.

O "The Economist" desta semana traz um artigo que aconselharia este senhor, bem como todos os outros a ler.

“Era uma vez um Panda! Um Panda grande e gordo...perdão "o" Panda grande e gordo. O Panda que se tornou o guerreiro dragão do kung-fu. Quando lhe deram o segredo do guerreiro dragão ele percebeu que nao há segredos...o segredo do sucesso era o treino e o trabalho. Mas os inimigos...Tai Long e Lord Chang de tanto quererem o poder e controlar o Kung Fu, aniquilaram mestres do kung fu e quase que destruíram a arte marcial. A ambição doentia leva sempre à destruição!”

O Facebook fez a sua tua aguardada estreia na bolsa na passada sexta-feira. Ao contrário do que muitos previam,  não houve uma subida em flecha das acções, tendo as acções terminado o dia practicamente inalteradas com uma ligeira valorização de 0,61% (isto apesar duma forte volatilidade, pois as acções chegaram a subir 18%).

Muitos podem ver este comportamento do mercado como um sinal do clima negativo que se vive nas últimas semanas e um mau preságio para os próximos tempos. Eu pelo contrário fecho esta reacção à entrada do Facebook em bolsa como um sinal de maturidade dos mercados e de que aprenderam com os erros do passado. A última coisa que é necessária neste momento é uma bolha especulativa e uma subida em flecha do Facebook seria isso mesmo. O Facebook tem potencial mas também um risco elevado. Além disso não é ainda claro qual o modelo de negócio que vai seguir e como vai conseguir sustentar e gerar lucros numa perspectiva de longo-prazo. Logo, até novos dados o preço das acções do Facebook parece ser o apropriado, segundo vários especialistas.

Quem parece que não aprende com os erros são os bancos. Segundo consta as acções do Facebook só não fecharam a desvalorizar porque os bancos responsáveis pela operação de colocação do Facebook em bolsa o não permitiram. Os bancos parece que continuam a adorar as bolhas e o que elas geram.

"Como é que ele pode preocupar-se com o desemprego se não sabe dizer a palavra desemprego? Que soluções é que ele pode trazer para o desemprego se para ele o desemprego é o coiso?", questionou.

O Jornal Público divulgou esta sexta-feira que "[n]um telefonema à editora de política do jornal [Público], na quarta-feira, Miguel Relvas ameaçou fazer um blackout noticioso do Governo contra o jornal e divulgar detalhes da vida privada da jornalista Maria José Oliveira, de quem tinha recebido nesses dias um conjunto de perguntas relativas a contradições nas declarações que prestara, no dia anterior, na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias."

Tal como em situações semelhantes com membros de outros partidos, enquanto todos os factos não forem apurados, não vou fazer especulações sobre as acusações feitas pelo jornal Público. Neste momento, o único comentário que merece ser feito é que este caso deve ser averiguado até às últimas consequências. Caso se provem verdadeiras as acusações, penso que do ponto de vista moral e político não resta outra alternativa a Miguel Relvas que não seja a demissão do Governo e o afastamento da vida politica. Embora não seja especialista em leis, penso que a serem verdadeiras as acusações Miguel Relvas terá também de ser julgado pelos crimes de abuso de poder. Por outro lado a serem falsas as acusações, o jornal Público deve ser punido judicialmente e pelos consumidores (isto é, deveria ser feito um boicote ao jornal) dada a gravidade das falsas acusações.

Até se saber a verdade, não farei comentários contra ou a favor das partes envolvidas neste caso e seria bom que todos, incluindo os partidos politicos tomassem a mesma atitude.

Três músicas que já passaram por este espaço, mas que dado os tempos que vivemos merecem ser ouvidas de novo.

A Grécia vai mesmo a votos e o cenário é cada vez mais negro.

Como já disse várias vezes, algumas das medidas impostas pela UE e FMI para a Grécia podem ser exageradas, e essencialmente pecam por exigir um ajustamento imediato quando tal devia ser faseado. No entanto, eu penso que os gregos ainda não perceberam que não são a Argentina, e que se fizeram o default da sua dívida e abdicarem da ajuda da UE e a FMI não têm os recursos para fazer face às suas necessidades.

Quando a Argentina fez o default da divida passou alguns meses de extrema dificuldade, mas mesmo assim conseguiu superar, pois possuia recursos naturais, indústria e agricultura, o que permitia uma relativa auto-suficiência sem necessidade de comprar ao estrangeiro. O caso grego é completamente diferente. A Grécia, tal como Portugal, tem actualmente a sua actividade ecónomica concentrada em serviços. Mesmo com a saída do euro e criação de um dracma com valor baixissimo, esses serviços vão demorar tempo a ganhar competitividade, pelo que o fluxo de entrada de capitais vai ser baixo. Por outro lado, a Grécia não tem recursos naturais, indústria e agricultura para satisfazer as necessidades mais básicas dos seus cidadãos, pelo que teria de os comprar no exterior. Mas como não se vende fiado, sem dinheiro a Grécia não conseguirá comprar esses bens.

É bom que os gregos percebam isso quando votarem da próxima vez, pois caso contrário o futuro não é risonho (o que eu disse da Grécia aplica-se quase na totalidade a Portugal, pelo que também era bom que todos interiorizassemos isso)

Na Grécia continua a não haver governo, nem sinal de que uma solução está para breve. Na realidade é cada vez mais provável que haja novas eleições, havendo mesmo muitos que já adiantam 17 de Junho como data mais provável. Cada vez mais provável é  também a saida da Grécia do euro, pois no meio de tanta confusão, pouco se consegue fazer.

No meio de tanta trapalhada, foi positivo que nos últimos dias alguns elogios tenham sido feitos a Portugal (embora seja possivel uma correlação entre as duas coisas, pois poucos estão interessados que Portugal acompanhe a Grécia). Juncker e até a nossa querida Fitch elogiaram esta segunda-feira os progressos feitos em Portugal. O "The Economist" num artigo sobre as dificuldades europeias deixa também algumas referências elogiosas, sem deixar contudo de salientar o longo caminho a percorrer e as várias dificuldade que Portugal terá de superar para ter sucesso.

Pedro Passos Coelho afirmou na semana que agora termina que desemprego não tem de ser encarado como negativo e pode ser "uma oportunidade para mudar de vida". Esta é uma frase bastante infeliz dadas as dificuldades que várias familias atravessam por causa do desemprego.

O ajustamento que Portugal está agora a atravessar era uma inevitabilidade criada por alguns dos erros cometidos nos últimos 30 anos. No entanto, a velocidade a que o ajustamento está a ser feito e algumas das medidas implementadas para o fazer parecem-me erradas, embora em alguma medida sejam a nossa única alternativa dadas as imposições da UE e FMI. A velocidade do ajustamento obriga a que o Governo tenha particular atenção com aqueles que são mais afectados, como os desempregados. Em particular, é fundamental evitar que essas pessoas caiam em situações de necessidade extrema. Não é com afirmações como a de Passos Coelho que isso se vai conseguir.

De seguida fica uma música dedicada aos portugueses e às dificuldades que atravessam.

Alexandre Soares dos Santos afirmou numa entrevista à SIC Notícias que "Se o meu salário for cortado, evito a dispensa de uma série de pessoas. Responsabilidade social é isso. Agir quando é preciso". Considero a atitude de louvar, mas penso que se a intenção é mesmo ajudar as pessoas, não necessita de andar a apregoar essas medidas, necessita apenas de implementá-las.
Dada a boa vontade, Alexandre Soares dos Santos  devia também fazer um donativo a Direcção Geral das Finanças e Impostos no montante dos ganhos que vai ter com a tranferência da holding da Jerónimo Martins para a Holanda.

Um recente estudo publicado no "The Lancet" revela que entre 12 países Portugal tinha a 3 maior taxa de mortalidade entre adolescentes (individuos com idade compreendida entre os 10-24 anos) em 2009. Portugal é apenas superado pelos EUA e pela Nova Zelândia.
Em Portugal cerca de 48 em cada 100,000 adolescentes morrem durante este periodo da sua vida. Outro dado a registar é que cerca de um terço dessas mortes se deve a acidentes de viação.
Este estudo revela que além duma baixa taxa de fertilidade, Portugal deixa os seus jovens morrer. Aqui está algo que é necessário MUDAR.

Depois de ontem o lider da Nova Democracia (partido mais votado nas eleições gregas) ter dito que não conseguia formar um governo, hoje o presidente grego convidou o lider da Coligação de Esquerda Radical (segundo partido mais votado) a formar governo. No programa apresentado por este partido após o convite feito pelo presidente, duas propostas são preocupantes: (1) a rejeição do memorando da Troika  e cancelamento de todas as medidas nele previstas, (2) nacionalização de todos os bancos. Estas medidas na minha opinião podem levar ao descalabro completo da Grécia. Como já disse várias vezes o programa da Troika para Grécia, Portugal e Irlanda não é bom, mas o que esses paises devem procurar fazer é chegar a acordo com a UE de forma a alterar algumas das medidas mais negativas. O rompimento do acordo, poderá fazer com que a Grécia fique sem meios de financiamento e obrigará à saida do euro. Interessante o facto de no programa de governo deste partido não se falar da saida do euro, embora essa seja uma alternativa que mereça ser discutida (mais do que o rompimento do acordo com a Troika). Algumas das outras medidas apresentadas no programa até podem ser positivas (como uma auditoria as contas nacionais e a reforma do sistema politico grego), mas perdem todo o seu valor quando combinadas com as outras duas medidas.

No meio desta confusão grega, Mário Soares lembrou-se de dizer que o PS já não está obrigado a cumprir o acordo que foi assinado com as instâncias internacionais para o Programa de Assistência Financeira Externa. Mário Soares é uma das figuras mais importantes da nossa democracia, mas várias vezes se caracterizou por fazer afirmações num timing que não o correcto. Esta foi uma dessas situações. Dada a situação na Grécia, a última coisa que Portugal quer é ser visto como um pais que pode também romper o acordo com a Troika a qualquer momento. O que Mário Soares devia ter dito é que dada a nova conjectura politica na Europa, o nosso Governo devia fazer esforços junto dos parceiros europeus no sentido de reformular o memorando com a Troika de forma a dar mais valor ao crescimento, o que obriga a fasear o esforço de consolidação das Finanças Públicas.
Pela positiva sublinhar a atitude do PS, que rapidamente se distanciou das afirmações de Mário Soares.

Este Domingo tivemos eleições por essa Europa fora: presidenciais na França, legislativas na Grécia, eleições locais na Itália, e na Sérvia as três ao mesmo tempo (na Alemanha também houve eleições locais em Schleswig-Holstein)
Em França,  François Hollande tornou-se no novo presidente francês. Como afirmei num anterior post, nem Sarkozy, nem Hollande me entusiasmavam. Ambos optaram por uma campanha populista, em que faltaram propostas concretas para resolver os problemas de França e da UE (houve propostas de ambos os lados, mas normalmente eram propostas demagógicas, pelo que não vou considerá-las como propostas sérias). As duas grandes vantagens de Hollande em relação a Sarkozy, é o beneficio da dúvida, pois Sarkozy já havia mostrado ser um mau presidente, e a aposta em recolocar o crescimento económico na agenda europeia. No entanto, Hollande tem de apresentar propostas concretas de como prentende alcançar esse crescimento em França e na UE. Ideologicamente estou mais perto de Hollande do que de Sarkozy, mas Hollande tem de perceber que o socialismo se faz de acções e não de ideias utópicas, e que no mundo globalizado um estado que pretenda promover a justiça/equidade social e proteger os mais desfavorecidos, tem de fazê-lo de forma inteligente e inovadora.
Na Grécia, como se esperava, as eleições legislativas ficaram marcadas pela dispersão dos votos. As eleições foram ganhas pela Nova Democracia um partido de centro-direita que promete cumprir o acordo com a troika (e que é também o principal responsável pela situação em que a Grécia está). O dado mais preocupante destas eleições é o facto do segundo e sexto partido mais votados serem, respectivamente, um partido de extrema esquerda e um partido neonazi (o partido comunista foi o quinto mais votado). Na minha opinião as ideias que esses partidos defendem não são a forma de fazer a Grécia sair da actual crise, pelo contrário. Em democracia temos de respeitar as opiniões de todos os partidos, mas isso não invalida que os cidadãos fiquem atento procurem evitar aprovação de medidas que vão no sentido errado. Não esquecer que muitas das ditaduras europeias dos anos 20 e 30 chegaram ao poder pela via democrática. O xadrez politico grego só não é mais complicado após estas eleições porque a Constituição determina que o partido mais votado ganhe mais 50 deputados (em 300) independentemente dos resultados obtidos.

A acção do Pingo Doce no dia 1 de Maio continua a dominar a actualidade. Prova disso, esta sexta-feira tivemos declarações da ASAE, do Álvaro, do "patriota" e "inocente" Alexandre Soares dos Santos, e de Pacheco Pereira sobre este tema. Dada a relevância que o assunto continua a ter, aqui ficam mais 2 videos dedicados a esse tema.

Esta 5feira recebi 2 emails de amigos a falarem sobre a acção do Pingo Doce no dia 1 de Maio em que fez um desconto de 50% em vendas superiores a 100 euros. Dado estar fora de Portugal as minhas únicas fontes de informação para esse acontecimento foram esses email e o que li nas versões onlines dos jornais portugueses. Após o que li, decidi usar este post para reflectir sobre o assunto
(1) Um dos pontos que vi discutido em vários lados era se a acção do Pingo Doce era boa ou má para os consumidores. Nesse ponto parece-me que a acção pode ter sido positiva, pelo menos no curto-prazo. No entanto, as falhas de segurança em alguns recintos do Pingo Doce comprometem qualquer ganhos económicos que os consumidores podem ter. O Pingo Doce deve ser responsabilizado por essas falhas de segurança e punido monetariamente. E elas por si só, levam-me a considerar a acção como mal planeada
(2) No ponto anterior disse que no curto-prazo a acção pode ter sido positiva para os consumidores. No longo-prazo a situação já não é tão clara, dado não conhecer as motivações do Pingo Doce para essa promoção. Se como alguns afirmam, a promoção visa eliminar do mercado alguns dos concorrentes, então os consumidores podem ser prejudicados pela menor oferta e preços mais elevados após a saida desses players. Por esta razão mais que se justifica a acção da ASAE para garantir que o Pingo Doce não infrigiu a lei da concorrência ao vender abaixo do custo.
(3) A acção da ASAE também se justifica para proteger os fornecedores. Ao eliminar a concorrência o Pingo Doce pode conseguir uma posição dominante sobre os fornecedores que ficam sem outros compradores. Essa posição dominante pode permitir extrair as margens de lucro dos consumidores, o que pode ser mau não só para eles como para a economia portuguesa.
(4) O facto dessa politica mais agressiva poder vir a eliminar outros concorrentes, por si só não é negativa. Acreditando na economia de mercado será apenas o mercado a funcionar. No entanto, é fundamental garantir que ao eliminar concorrentes o Pingo Doce não passe a actuar em abuso da posição dominante.
(5) Por último, outro assunto que tem suscitado interesse são as motivações do Pingo Doce. Como empresa privada não vejo qualquer problema que o Pingo Doce actue no sentido de maximizar o lucro. No entanto, é fundamental que a as acções levadas a cabo respeitam a lei e quando não respeitam as entidades competentes devem actuar. Quanto à importância da responsabilidade social do Pingo Doce, eu gostaria muito que ele tivesse, embora nada o obrigue a tal. Infelizmente existe um número reduzido de empresários que valorizam a responsabilidade social (embora alguns quando estão prestes a morrer se lembrem da responsabilidade social para que o seu nome não seja esquecido). Por esta razão temos de ser nós a exigir que as empresas tenham essa responsabilidade social, usando para tal as nossas escolhas. Isto é, se privilegiamos e escolhermos as empresas que dão valor à responsabilidade social, mais empresas passarão a valorizar a responsabilidade social.

Em resposta ao post do meu amigo JM, espero que os seguintes videos mostrem que o PM e o PR de Portugal também sabem entrar no ritmo. O segundo video serve também de homenagem a Miguel Portas, alguém que vai fazer falta na política em Portugal.