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Pingo Doce

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Friday, May 4, 2012 by


Esta 5feira recebi 2 emails de amigos a falarem sobre a acção do Pingo Doce no dia 1 de Maio em que fez um desconto de 50% em vendas superiores a 100 euros. Dado estar fora de Portugal as minhas únicas fontes de informação para esse acontecimento foram esses email e o que li nas versões onlines dos jornais portugueses. Após o que li, decidi usar este post para reflectir sobre o assunto
(1) Um dos pontos que vi discutido em vários lados era se a acção do Pingo Doce era boa ou má para os consumidores. Nesse ponto parece-me que a acção pode ter sido positiva, pelo menos no curto-prazo. No entanto, as falhas de segurança em alguns recintos do Pingo Doce comprometem qualquer ganhos económicos que os consumidores podem ter. O Pingo Doce deve ser responsabilizado por essas falhas de segurança e punido monetariamente. E elas por si só, levam-me a considerar a acção como mal planeada
(2) No ponto anterior disse que no curto-prazo a acção pode ter sido positiva para os consumidores. No longo-prazo a situação já não é tão clara, dado não conhecer as motivações do Pingo Doce para essa promoção. Se como alguns afirmam, a promoção visa eliminar do mercado alguns dos concorrentes, então os consumidores podem ser prejudicados pela menor oferta e preços mais elevados após a saida desses players. Por esta razão mais que se justifica a acção da ASAE para garantir que o Pingo Doce não infrigiu a lei da concorrência ao vender abaixo do custo.
(3) A acção da ASAE também se justifica para proteger os fornecedores. Ao eliminar a concorrência o Pingo Doce pode conseguir uma posição dominante sobre os fornecedores que ficam sem outros compradores. Essa posição dominante pode permitir extrair as margens de lucro dos consumidores, o que pode ser mau não só para eles como para a economia portuguesa.
(4) O facto dessa politica mais agressiva poder vir a eliminar outros concorrentes, por si só não é negativa. Acreditando na economia de mercado será apenas o mercado a funcionar. No entanto, é fundamental garantir que ao eliminar concorrentes o Pingo Doce não passe a actuar em abuso da posição dominante.
(5) Por último, outro assunto que tem suscitado interesse são as motivações do Pingo Doce. Como empresa privada não vejo qualquer problema que o Pingo Doce actue no sentido de maximizar o lucro. No entanto, é fundamental que a as acções levadas a cabo respeitam a lei e quando não respeitam as entidades competentes devem actuar. Quanto à importância da responsabilidade social do Pingo Doce, eu gostaria muito que ele tivesse, embora nada o obrigue a tal. Infelizmente existe um número reduzido de empresários que valorizam a responsabilidade social (embora alguns quando estão prestes a morrer se lembrem da responsabilidade social para que o seu nome não seja esquecido). Por esta razão temos de ser nós a exigir que as empresas tenham essa responsabilidade social, usando para tal as nossas escolhas. Isto é, se privilegiamos e escolhermos as empresas que dão valor à responsabilidade social, mais empresas passarão a valorizar a responsabilidade social.



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