MUDAR esta pouca vergonha

Dada a dificuldade de Obama e Boehner (porta-voz republicano da Casa dos Representantes) chegarem a um consenso que permita evitar o "fiscal cliff", aconselho-os a escutarem a seguinte música. E já agora, cheguem rapidamente a acordo (e a um bom acordo) pois o "fiscal cliff" só iria trazer mais dificuldades a todos.

As recentes discussões sobre como aumentar a eficiência dos trabalhadores portugueses fizeram lembrar-me  uma cena do filme "Tempos Modernos" de Charlie Chaplin em que um inventor cria uma máquina que permite aos trabalhadores continuarem a trabalhar durante o almoço. Segundo o inventor isso permitirá aumentar a eficiência e ser mais competitivo que os concorrentes.

Esta sexta-feira foi confirmado que a Zon e a Sonaecom iniciaram negociações para uma fusão entre as operadoras de telecomunicações. Este era um cenário há muito anunciado, mas que de qualquer maneira deve merecer uma reflexão por parte de todos. Por um lado este anúncio pode significar dinamismo do mercado e interesse dos accionistas para aproveitarem sinergias. Por outro lado, pode também ser um resultado da crise e da necessidade de juntar forças (talvez reduzindo a concorrência) para superar os tempos difíceis.

Esta quarta-feira morreu Dave Brubeck, um dos grandes nomes do jazz.

Nos últimos tempos muito se tem falado da Alemanha e nem sempre pelos melhores motivos. Queria aproveitar este espaço para falar da Alemanha não pelos habituais motivos, mas por ser o pais de origem de um dos mais belos filmes que vi e na minha opinião um dos melhores filmes da última década. Falo d' "A vida dos outros" um filme de 2006 que recomendo todos a ver. Uma lição deste filme é a importância e o valor da solidariedade entre seres humanos. Importante lição que deviamos ter sempre em conta.

Esta quarta-feira o nosso primeiro-ministro decidiu dar uma entrevista, em principio para ajudar a explicar as medidas impostas pelo orçamento de Estado e para desanuviar algum mal estar que começa a surgir. No entanto, este é um dos casos em que o remédio é pior que a cura. Primeiro, sem necessidade, decidiu complicar ainda mais a sustentabilidade da coligação com o CDS ao colocar Paulo Portas apenas como terceira figura do governo (teria sido muito mais fácil dizer que no governo não há numeros 2, 3 ou 4). Depois avançou para as medidas que me deixam algo preocupado: redução de despesa na saúde e educação. Concordo que existem possiveis ganhos de eficiência nestes sectores que podem permitir poupança de custos. Contudo, a maneira como o PM falou faz pensar que a redução irá além desses ganhos de eficiência e estas são duas áreas onde não se pode descer a qualidade e o  nivel que se exige ao serviço público (e na minha opinião, muito menos acabar com o serviço público). No entanto, concordo plenamente com a redução da comparticipação do estado no ensino superior, mas não no ensino obrigatório e secundário.
Dado a época que se aproxima, resta apenas dizer-me que prefiro muito outro tipo de música do que aquela que o primeiro-ministro nos deu.

Segundo Vitor Gaspar estamos a 2/3 do fim do processo de ajustamento.
Resta saber se lá chegamos.

Não sou só eu que confundo os nomes destes dois senhores:

Após umas merecidas férias para descanso, casar e outras coisas do género, aqui está mais um post.
Nem sempre o que nos contam, ou o que vemos na televisão é verdade, ou inteiramente verdade. Sempre foi, nunca deixará de o ser e enganam-se todos aqueles que pensam o contrário, mesmo com a velha máxima de que agora na era do digital, só fica desinformado quem quer.
Meus amigos, isso é a mais pura inverdade, vendo que a questão é de onde vem essa informação e que finalidade a mesma tem do transmissor para o receptor.

Posto isto e vendo desde já os meus queridos companheiros completamente baralhados e a pensar, lá vai este jovem falar em politica e nos seus contraditório! Nada mais errado, uma vez mais!
Venho falar desse flagelo que são as realidades descritas nas series com praias Americanas! Sim isso mesmo!

Por altura da lua-de-mel, estivemos por Miami Beach e pude comprovar que a realidade por terras do tio Sam são muito diferentes daquelas que nos entram todos os dias pela TV, entre Baywatchs, CSIs e outras series afins é tudo uma grande aldrabice, para não falar das Kcal que aqueles animais comem todos os dias, onde o exercício físico é coisa nula! Não querendo ser injusto, mas podiam focar um pouco mais da realidade americana, senão qualquer dia os próprios americanos não fazem ideia onde são feitas as suas series nem de quem são aqueles ETs que se apresentam esculturalmente nas suas praias.

Assim sendo, resta a fazer o resumo sobre a temática:
1) Com tanta informação produzia nos dias de hoje, penso que cadeiras na faculdade como gestão da informação e tratamento de informação
2) Miami é sem duvida um sitio a visitar, mas se pensam que vão la encontrar musas dos filmes, apenas vão conseguir ver pequenas Willys
3) O que serve para as series serve para o estado da nação, temos de Mudar esta pouca vergonha, demasiados comentadores, fazem demasiados comentários, demasiadamente vazios.
4) Esta ultima tinha duplo sentido, económico e social :)

Será que há uma versão para o relatório das medidas alternativas à austeridade?

O governo deu claramente um  tiro no pé com a medida de aumentar a TSU para trabalhadores e reduzi-la para empresas. Como havia dito em anteriores posts, eram necessárias medidas que ajudassem a equilibrar o défice para este ano (e para o próximo), mas de todas as opções o governo escolheu uma das piores. Por exemplo, penso que alternativas melhores (embora também fossem polémicas) seriam:
(1) O afamado imposto sobre a terra proposto por Milton Friedman
(2) Aumento do imposto sobre os produtos petroliferos
(3) Redução drástica das despesas portuguesas no exterior (i.e., reduzir drasticamente o orçamento do ministério de Paulo Portas)
Apesar do erro grave do governo, penso que neste momento é necessário manter a calma. Infelizmente, Portugal (tal como outros países) é um país de tubarões que ao sentirem sangue vêm logo atacar. Ao contrário do cidadão comum que tem tido e continua a ter uma atitude exemplar (as manifestações desde que pacificas e ordeiras fazem parte dos seus direitos e são importantes para demonstrar o seu descontentamento), esses tubarões pouco se importam com o país, apenas se preocupam com os seu ego e interesses.
Passos Coelho está na realidade a provar do seu próprio veneno, pois ele foi um desses tubarões na fase final do governo de Sócrates. Mas, tal como critiquei a forma como Passos Coelho chegou ao poder, também criticarei António José Seguro se ele optar por usar os mesmos esquemas.
Quanto aos restantes tubarões ia pedir que pelo menos uma vez ajudassem o país em vez de pensarem só em si próprios. Em particular, podiam começar por propor alternativas concretas para enfrentar as actuais dificuldades.

Segundo o Jornal de Negócios, perante a insistência do CDS-PP, Vitor Gaspar admitiu atenuar austeridade com cortes no Estado. A grande questão que coloco é porque é que o Governo não fez isso antes de anunciar as novas medidas de austeridade.

Um dos assuntos deste Verão foi o julgamento e condenação do grupo punk russo Pussy Riot a dois anos de prisão devido à performance não autorizada que fizeram em Fevereiro na Catedral de Cristo Salvador, em Moscovo, apelando à Virgem Maria para afastar Vladimir Putin do poder e criticando o aval dado pela Igreja Ortodoxa ao Kremlin. Na passada semana, dois elementos do grupo que conseguiram fugir lançaram um novo video onde explicam a sua luta. Dado que considero que a condenação de 3 dos membros grupo punk russo Pussy Riot a dois anos de prisão é um ultraje às liberdades individuais e de expressão, penso que é meu dever divulgar este novo video.

Na quinta-feira o BCE deu boas notícias ao propor-se fazer compras “ilimitadas” de dívida de curto prazo (até três anos) dos paises em dificuldades, de forma a criar “barreira totalmente eficaz para evitar cenários destrutivos que colocariam desafios potencialmente graves para a estabilidade de preços na área do euro”. Na sexta-feira o governo mostrou que as dificuldades estão ainda para durar, tendo sido obrigado a propor novas medidas de austeridade. De entre as novas medidas destaca-se o aumento  da contribuição dos trabalhadores (privados e públicos) para a segurança social de 11% para 18%. Novas medidas de austeridade esperam-se no orçamento de Estado para 2013.

Apesar de algumas más noticias nas últimas semanas, os juros associados aos títulos de dívida pública portuguesa continuam a cair e nesta terça-feira fixaram novos mínimos desde o pedido de ajuda externa. Em particular, as "yields" a dois e dez anos baixaram, respectivamente, para 4,672% e 9,004%.

Para continuar a maré de boas noticias: esta terça-feira foi anunciado que o projecto de prospecção e produção da Mohave e da Galp em Portugal, centrado no gás natural, deverá gerar receitas brutas de 540 milhões de euros por ano, caso as perfurações que estão a ser feitas tiverem sucesso. O Estado deverá ficar com "royalties" entre os 5% e 9%. Como já afirmei várias vezes, continuo a ter esperança que ainda vamos encontrar petróleo no Beato.

Neste momento, o governo está a estudar a possibilidade de concessionar a privados a exploração de dois serviços que são até este momento considerados serviços públicos: televisão e distribuição de água. Infelizmente, eu só ouço toda a gente a falar da concessão da RTP e ninguém a comentar a concessão das Águas de Portugal. Na minha modesta opinião, a concessão das Águas de Portugal coloca muito mais problemas e questões que a concessão da RTP.

Antes de entrar em debates mais técnicos sobre concessão, privatização ou qualquer outra coisa terminada em ão, penso que seria importante que se fizesse em Portugal um debate sobre o que deve ser serviço público. Para mim serviço público deve incluir apenas as actividades que devem ser prestadas pelo Estado de forma a garantir a defesa do interesse nacional e que as necessidades essenciais de TODOS os cidadãos são satisfeitas. Estas actividades incluem todas as actividades que não devem ter como objectivo o lucro, mas sim garantir o bem-estar dos cidadãos. Por estas razões, considero que o Estado é responsável pela existência de serviços públicos na Educação, Saúde, Justiça, Defesa e Segurança Interna. Nos dois primeiros casos o serviço público pode e deve coexister com a actividade privada, enquanto nas outras áreas a questão é mais complicada.

Penso que existem diversas áreas onde é bastante dificil delinear a necessidade ou não da existência de um serviço público. A distribuição de água é um exemplo disso, embora a importância que a água e a sua qualidade têm para o ser humano me façam crer que tal serviço deve ser público e que nunca pode ter como objectivo o lucro, mas sim garantir que TODOS tenham acesso a água de qualidade.

No caso da RTP não tenho grande dúvidas de que não é um serviço público, embora existam dois activos/actividades da RTP que o são: (i) o património audiovisual que faz parte do património nacional, e (ii) a garantia do acesso de informação imparcial a todos os cidadãos. Na minha opinião, garantindo-se que essas duas actividades continuam a ser serviço público (prestadas por uma nova empresa ou qualquer outra solução) não vejo qualquer problema na privatização da RTP. No entanto, essa só deve ocorrer na altura e da forma mais vantajosa para o Estado Português (i.e., os Portugueseses).

De acordo com o ranking da SCImagom, Portugal tem sete universidades entre as 700 melhores do mundo a nível de publicação científica. Ainda de realçar que quase todas essas instituições ganharam posições face ao ano anterior e que a Universidade do Minho entrou no ranking. As instituições portuguesas ocupam as seguintes posições no ranking:
Universidade do Porto, 270º lugar;
Universidade Técnica de Lisboa, 294º lugar;
Universidade de Lisboa, 511º lugar;
Universidade de Coimbra, 531º lugar;
Universidade de Aveiro, 550º lugar;
Universidade Nova de Lisboa, 662º lugar
Universidade do Minho, 684º lugar

Certas palavras não devem ser adjectivadas. "Violação" é uma delas. Infelizmente ao longo dos anos (para não dizer séculos e milénios) vários têm procurado adjectivar a palavra, normalmente para desculpabilizar o criminoso que comete este crime e para atenuar a gravidade do mesmo.

Numa recente entrevista, Todd Akin, candidato republicano ao Senado dos EUA pelo Missouri, além de teorizar uma nova teoria de concepção, decidiu utilizar o adjectivo "legitimate" juntamente com a palavra "rape" Segundo ele, "women subjected to legimate rape very rarely became pregnant because their bodies had ways to try to shut that whole thing down". Antes dessas afirmações, uma lei proposta na "House of Representatives" e co-patrocinada por Paul Ryan (candidato republicano a vice-presidente dos EUA) utilizava a expressão "forcible rape" para defender que apenas nesses casos a pratica de aborto podia ser subsidiada por fundos federais. Para mim existe apenas um crime chamado "violação" ("rape" em inglês), que não tem qualquer atenuantes e ao qual não podem ser associadas diferentes magnitudes. Por esta razão, os adjectivos "legitimate" e "forcible" não fazem qualquer sentido e servem apenas para suavizar um crime que não pode ser suavizado.

Quanto ao conteudo das afirmações de Todd Akin, dado serem uma estupidez completa, penso que nem merecem qualquer comentário.

Segundo o comissariado da ONU para os Refugiados, o número de refugiados resultantes da guerra civil na Siria já ultrapassou 200 mil. Enquanto isso, dentro da Siria, a violência e o extremismo continua a aumentar em ambos os lados em confronto. Prova disso, este domingo a oposição síria acusou o exército do Presidente Bashar al-Assad de ter morto 200 pessoas num massacre em Daraya (perto de Damasco) enquanto o Presidente Bashar al-Assad disse que derrotará "a qualquer preço" a rebelião. Perante tudo isto, aqueles que têm algum poder para fazer alguma coisa preferem assobiar para o ar.

Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar a Lua, morreu este sábado aos 82 anos.

O Verão está quase a acabar e a Troika volta a Portugal na próxima semana. As receitas do primeiro pagamento por conta relativo ao IRC pago pelas empresas em 2012 recuaram 15,6%, pelo que neste momento, sem novas medidas, o défice de 4.5% previsto no orçamento e acordado com a Troika é impossivel de alcançar. Logo, ou a Troika aceita rever esta meta ou vamos começar o Outono com novas medidas de austeridade (não esquecer que o governo ainda têm de explicar onde vai buscar as receitas que estavam previstas com o corte do subsidio de Natal e férias dos funcionários públicos que não foi autorizado pelo Tribunal Constitucional)

O fenómeno musical deste Verão dá pelo nome de Pussy Riot. Esta banda punk feminina não se destaca pela qualidade da sua música, mas por ter trazido para a ribalta as restrições à liberdade de expressão (para não dizer mesmo à liberdade) que continuam a vigorar na Russia. Nadejda Tolokonnikova, Maria Alekhina e Ekaterina Samutsevitch, as três membros das Pussy Riot, foram condenadas na passada sexta-feira a dois anos de prisão  por "hooliganismo motivado por ódio religioso", devido à performance não autorizada que fizeram em Fevereiro na Catedral de Cristo Salvador, em Moscovo, apelando à Virgem Maria para afastar Vladimir Putin do poder, a duas semanas da sua recondução à presidência, e criticando o aval dado pela Igreja Ortodoxa ao Kremlin. Esta sentença é uma afronta às liberdades individuais e merecia uma critica mais severa e incissiva da comunidade internacional (penso que o tom moderado das criticas está também relacionado com os telhados de vidro que o caso Assange e Wikileaks levanta). Mais importante que debates filosóficos e politicos era importante neste momento garantir que Nadejda, Maria e Ekaterina não sejam enviadas para uma colónia penal para cumprir a sua pena. Depois disso deve garantir-se que a sua luta não é em vão e que vitórias são alcançadas.

Não sei porquê, mas o recente anúncio de Paul Ryan como candidato republicano a vice-presidente dos EUA fez-me lembrar desta música

26 das medalhas atribuidas em canoagem durante os últimos Jogos Olimpicos foram ganhas usando kayaks produzidas pela empresa portuguesa "kayaks Nelo". Penso que este é um exemplo a salientar, pois além de ter atletas que ganhem medalhas, Portugal precisa de empresas como a "kayaks Nelo" que sejam lideres nos seus mercados.

Esta terça-feira o INE divulgou dois números que deixam que pensar:
(1)  A taxa de desemprego para o segundo trimestre do ano foi de 15%
(2) O PIB português registou uma quebra homóloga de 3,3% no segundo trimestre (a maior queda desde o segundo trimestre de 2009) e caiu 1,2% face ao trimestre anterior. 
Como disse em post anteriores, penso que no último ano foram tomadas algumas medidas importantes (embora ainda exista muito por fazer, particularmente ao nivel das reformas estruturais que o pais precisa na Justiça, Educação, Organização do Estado e Ordenamento do território). Contudo, estes números revelam que o ajustamento está a ser feito duma forma demasiado brusca, o que poderá ter consequências negativas num futuro não muito distante.

Vicente Moura, presidente do Comité Olímpico de Portugal, afirmou na quinta-feira que "É indispensável mudar de paradigma, sob pena de, daqui a quatro anos, Portugal ser um país residual nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro". Uma das propostas apresentadas por este senhor: "Se queremos 10 ou 11 medalhas, rápidas, então temos de mudar de caminho. Há muitos atletas africanos que querem vir para a Europa e as medalhas aparecem".
Interessante que um senhor que está na presidência do COP há  vários anos propunha uma mudança de paradigma, não começando essa mudança de paradigma por si próprio e o seu afastamento do COP. Na realidade penso que esse senhor devia era sugerir a naturalização de pessoas qualificadas para ocuparem a presidência do COP.
Não tenho nada contra atletas naturalizados, de facto penso que faz todo o sentido a naturalização de atletas como Francis Obikwelu ou Arseniy Lavrentyev, pois tem uma relação com Portugal e apesar de não terem nascido em Portugal, penso que se sentem portugueses. No entanto, naturalizar atletas só para ganhar medalhas é um disparate completo, que só tende a desvirtuar o desporto.

Fernando Pimenta e Emanuel Silva conquistaram esta segunda-feira uma medalha de prata para Portugal ao ficarem em segundo lugar na final de K2 1000 metros na canoagem. Uma medalha que quase foi de ouro, pois a dupla terminou a apenas 53 milésimos do ouro.

Aconselho todos a ler o artigo de João Paulo Vilas-Boas para perceber o valor desta medalha, dado o sacrificio que os atletas tem de passar para alcançá-la. Este artigo ajuda também a perceber porque é que esta foi a primeira medalha (tenho esperança que não seja a última) que Portugal alcança nos jogos olimpicos de Londres 2012.

Aproveito este post também para felicitar todos os atletas portugueses que já participaram nos jogos olimpicos de Londres 2012, pois penso que todos eles tentaram dar o seu melhor. A falta de medalhas não é sua culpa, pois partimos para esse jogos sem ter atletas que fossem candidatos indiscutiveis a medalha. Como o artigo de João Paulo Vilas-Boas salienta, para exigirmos medalhas às nossas missões olimpicas temos primeiro que criar atletas que possuam as condições para estarem entre os melhores nas suas especialidades.

Finalmente, dados os resultados da canoagem, era importante perceber o que foi feito nesta especialidade para se conseguir os brilhantes resultados alcançados em Londres, ver como conseguir manter esses resultados e por último perceber se se pode extender o modelo a outras modalidades. Como mero espectador, penso que a canoagem será uma das poucas modalidades onde Portugal poderá ter vantagens comparativas em relação aos outros paises(condições naturais e metereologicas que facilitam a prática da modalidade durante quase todo o ano, inexistência de grandes potências na modalidade contra as quais não é possivel competir, entre outras), pelo que se o objectivo é ganhar medalhas devemos pensar na possibilidade de um apoio específico a esta modalidade.

As "yields" das obrigações da dívida soberana de Portugal têm estado em acentuada queda nos últimos dias e esta segunda-feira a “yield” das obrigações a 2 anos desceu 6,951%,  a cinco anos desceu para 6,209% e a 10 anos desceu para 10,486%.

As boas notícias esta segunda-feira não ficaram por aqui. A Bloomberg anunciou que a dívida portuguesa apresenta, nos primeiros sete meses deste ano, o melhor desempenho entre os 26 mercados acompanhados, com um retorno de 28%. A Bloomberg afirma mesmo que a "valorização das obrigações portuguesas eclipsa o refúgio das bunds (obrigações alemãs)" e que espera maiores descidas das "yields" portuguesas.

Em homenagem a Chavela Vargas que morreu este domingo

A "Garota de Ipanema" fez 50 anos no dia 2 de Agosto, pelo que a melhor forma de celebrar é recordá-la.

Os problemas do euro continuam por resolver e já se fala que a  Letónia e Lituânia podem aderir ao euro em 2014. Fui e continuo a ser um defensor do alargamento do euro, pois penso que não pode ser um clube restrito. No entanto, neste momento penso que é um erro pensar em alargamentos quando a casa continua por arrumar. O projecto europeu e em particular o futuro do euro continuam por ser definidos, pelo que antes de alargar é fundamental definir os instrumentos que o euro possui, definir a politica monetária e perceber se a união monetária pode sobreviver sem uma maior integração europeia.

A coexistência de elevadas taxas de inflação e desemprego (e baixas ou negativas taxas de crescimento)  nos EUA e em outros países durante os anos setenta foi motivo de grande discussão e debate. Este fenómeno que ficou conhecido como "stagflation" deveu-se nessa altura, entre outras coisas, à crise petrolífera e à saída dos EUA do sistema de Bretton Woods.
Em Portugal assistimos nos últimos dois anos a um fenómeno semelhante, sem que tenha havido uma grande discussão sobre ele, as suas causas e consequências. Claro que sabemos que o elevado preço de algumas matérias primas (especialmente o petróleo) e especialmente o aumento da carga fiscal explicam parcialmente a situação em Portugal. No entanto, penso que seria importante um debate mais aprofundado, especialmente para perceber os custos para a economia e caso esses sejam elevados o que se pode e deve fazer para acabar com esta situação.

"O Senhor das Moscas" ("Lord of the Flies") é um livro de William Golding, publicado pela primeira vez em 1954. O livro conta a história de um grupo de crianças que se vê isolado numa ilha e afastado da civilização depois do avião em que seguiam se ter despenhado. Apesar de ser um livro com crianças, não é um livro para crianças, pois o livro revela como o ser humano pode ser destructivo e perverso. Não sei porquê mas a actual crise da UE faz-me lembrar deste livro, pelo que o recomendo como leitura de Verão a todos, mas em especial aos líderes da UE.

Um recente estudo feito por dois investigadores da universidade suíça de St. Gallen revela que as agências de notação financeira procederem a avaliações de "rating" mais severas desde que a crise da dívida soberana começou a revelar-se em 2009, contribuindo assim para essa crise. No caso especifico de Portugal os investigadores concluem que baseado nos fundamentais o corte de rating deveria ter sido inferior a um nivel. Dado que Portugal foi cortado em 8 niveis, isto significa que o rating de Portugal sofreu corte sete vezes superior ao que era justificável.

Este estudo revela o que eu disse várias vezes no passado, Portugal e os seus políticos cometeram muitos erros nos últimos anos, essencialmente em termos de endividamento público e privado para suportar despesas e alguns investimentos que não eram necessários. No entanto, a imagem que quiseram fazer passar de Portugal nos últimos anos não era verdadeira, pois os fundamentais não se alteraram significativamente, apenas se alteraram as capacidades de financiamento. Infelizmente, quando a crise começou havia interesses politicos que impediam que isso fosse discutido de forma transparente e clara, o que muito prejudicou Portugal. Neste momento, já não há nada a fazer a esse respeito, a não ser aprender com os erros do passado. Agora é levantar a cabeça, fazer alguns sacrificios e esforços para tentar sair desta crise melhor do que entramos, pois ela pode ser a oportunidade de fazer algumas reforma estruturais que tanto precisamos. No entanto, convêm nunca esquecer aqueles que mais podem sofrer com os sacrificios e esforços pedidos, de forma a garantir que o que lhes está a ser pedido não é além das suas possibilidades. Portugal nunca pode deixar de garantir que todos os seus habitantes têm pelo menos um nível decente de qualidade de vida.

Os Jogos Olímpicos começam hoje (embora umas equipas de futebol tenham andado a jogar dizendo que estão nos Olímpicos), pelo que é aquela altura de 4 em 4 anos que nos lembramos que há desportos para além do futebol. Apesar das expectativas não serem altas, há que apoiar os nossos atletas.

Nas últimas semanas parece que todos voltaram a estar concentrados na crise da dívida soberana dos paises do euro. Ora porque parece que a ajuda a Espanha terá de ser extendida à restante economia em vez de estar restrita aos bancos. Ora porque alguém se lembra de dizer que a Grécia poderá sair do euro ou reestruturar novamente a sua dívida.

Enquanto isso outras coisas vão acontecendo, mas ninguém liga muito a isso. Na Siría a guerra civil intensifica-se e segundo parece as forças de Assad e os rebeldes mobilizam-se para "batalha decisiva" em Alepo. Num plano completamente diferente mas também preocupante, a Nasa revelou que a superfície da camada de gelo e neve que cobre a Gronelândia sofreu este mês derretimentos numa área particularmente grande da ilha, naquele que é um fenómeno já considerado pelos cientistas como “extraordinário”. A área onde se registaram derretimentos superficiais generalizados saltou de 40% para 97% em apenas quatro dias.

Outro facto que parece também passar despercido é o avolumar das cidades dos EUA que estão a pedir bancarrota. Se calhar se fosse na UE isso não passava tão despercebido.

Rui Costa, ciclista português a participar no Tour de França teve hoje uma afirmação que devia dar que pensar a muitos desportistas portugueses, principalmente aos nossos futebolistas. Depois de terminar a penúltima etapa do Tour, onde garantiu o 18 lugar na classificação final, Rui Costa disse: "Peço desculpa aos portugueses por não conseguir dar-lhes uma vitória neste Tour, mas não foi por falta de tentativas ou de luta. Obrigado pelas imensas mensagens de carinho que me têm enviado".
É importante lembrar que Rui Costa se tornou há cerca de um mês no primeiro ciclista português a ganhar uma prova do ProTour por etapas e que nesta volta a França termina num muito honroso 18 lugar, tendo estado sempre junto dos primeiros, com excepção de um dia mau e de um dia em que teve de trabalhar para a vitória de etapa do seu colega de equipa Alejandro Valverde. Penso que sem esses 2 dias, ele estaria entre os 10 primeiros. Logo, Rui Costa não precisava de pedir desculpa, embora o sentimento que expressa seja importante e leva-me a perguntar porque é que nós não apoiamos mais estes atletas.

Infelizmente os últimos dias não têm sido pródigos em boas notícias, antes pelo contrário. De seguida deixo 3 exemplos disso, que dada a sua relevância me deixam preocupado:
(1) Na Madeira vários incêndios deflagraram nos últimos dias, deixando atrás de si um cenário de destruição com enormes prejuizos para a população e meio ambiente da ilha.
(2) Na Gronelândia uma ilha de gelo maior do que a cidade de Lisboa separou-se do glaciar Petermann. Mais um exemplo dos efeitos que acção humana causa no meio ambiente. Mais preocupante, o degelo desta ilha de gelo causará também importante alterações nos ecossistemas que a rodeiam.
(3) Na Síria os confrontos chegaram à capital Damasco e actualmente só faz sentido falar duma guerra civil, que já conta com várias mortes e feridos. Resta ter esperança que a guerra civil esteja a chegar ao seu fim, para evitar que o número de vitimas continue a aumentar.

Miguel Relvas não tem deixado a ribalta nos últimos tempos e a sua fama já chegou ao Tour de França. Na etapa desta quarta-feira havia um alegre senhor com uma criança às cavalitas que exibia um cartaz a dizer: "Vai estudar Relvas". Dado que Relvas tem a pasta do Desporto e disse recentemente que procurava o "conhecimento permanente", penso que a mensagem e o local onde foi exibida não podiam ser mais apropriados. De seguida deixo os videos que recordam para a posterioridade mais esse momento bonito da participação portuguesa no Tour (vamos ter esperança que nesta edição do Tour ainda possamos celebrar uma vitória do Rui Costa e/ou do Sérgio Paulinho)

Neste blog já critiquei várias vezes Alberto João Jardim. Apesar de não concordar com o tipo de politicas que ele adoptou para a Madeira (essencialmente baseadas em promover o crescimento através de obras públicas e de subsidios ao Turismo) e do seu antagonismo para com o "Continente", devo dizer que até tenho alguma simpatia para com o senhor. Além de considerar que é alguém honesto (o que não se pode dizer de todos os politicos), aprecio especialmente o seu sentido de humor e acutilância em alguns dos seus comentários. Exemplo disso, foi o recente comentário à licenciatura de Miguel Relvas. Alberto João Jardim afirmou que, utilizando o precedente do “caso Relvas” e a sua experiência, vai pedir equivalências para ficar com os cursos de “Veterinária, Biologia, Informática e Astronomia”. A  minha grande questão é quem são os animais que ele tem andado a tratar para ter equivalência ao curso de veterinária?

Nos últimos dias foram publicadas noticias dizendo que o ex-primeiro ministro italiano Sílvio Berlusconi revelou a pessoas próximas que será candidato às eleições gerais italianas marcadas para a primavera do próximo ano. Neste blog, nós já nos tinhamos despedido dele, mas parece que o senhor não nos quer abandonar. Infelizmente, penso que isto não são boas noticias para a Itália (e também para a UE), pois há o sério risco de Berlusconi voltar a ser primeiro ministro italiano, o que nos anteriores exemplos não foi muito positivo.

Desde 2008, o comum cidadão ficou a conhecer várias irregularidades cometidas pelos bancos e intermediários financeiros ao longo dos anos e apercebeu-se também da promiscuidade existente entre essas entidades e o poder politico. Nas últimas semanas ficou a conhecer-se mais um exemplo disso, com a divulgação do escândalo associado com a manipulação das taxas LIBOR. As taxas LIBOR são associadas a vários contratos financeiros (por exemplo, os contratos de empréstimos para compra de casa), pelo que as consequências dessa manipulação são enormes. Neste momento, ainda não é claro qual foi o papel do Banco de Inglaterra e do proprio governo inglês na manipulação dessas taxas, mas esse é um assunto que tem de ser investigado até às últimas consequências.
Este caso mostra que ainda há muito a fazer ao nível da regulação bancária. Mostra também que alguns dos instrumentos financeiros (como a LIBOR) normalmente utilizados são desajustados e estão desactualizados no tempo. Por último a revelação de mais este caso mostra que "THE TRUTH IS OUT THERE"

Em resposta à polémica criada por ter tirado a licenciatura em apenas um ano, Miguel Relvas disse esta quinta-feira nortear a sua vida “pela procura do conhecimento permanente” (devo dizer que a primeira vez que ouvi a frase tive um novo dejá vu, pois penso que Sócrates teve uma expressão muito semelhante numa entrevista onde tentava explicar a sua também polémica licenciatura). Eu penso que Miguel Relvas faz muito bem em nortear a sua vida “pela procura do conhecimento permanente”, mas o facto de só ter estado apenas um ano na universidade a tirar a licenciatura acaba por ser uma contradição com essa afirmação. Se pretende o "conhecimento permanente”, Miguel Relvas devia ter ficado os 5 anos que o curso exige e depois disso devia ter continuado a assistir a aulas que não frequentou. Ou será, que o ministro pensa que o "conhecimento permanente” se alcança em outros lugares?

Durante o debate do Estado da Nação, Passos Coelho tentou rejeitar a possibilidade de aumentos de impostos, afirmando mesmo que “Não estamos a pôr porcaria na ventoinha e assustar os portugueses". Vamos esperar para ver. (Já agora pedir ao PM para não pôr mesmo porcaria na ventoinha, pois depois dá muito trabalho a limpar)

As projeções para 2012-2013 anunciadas esta terça-feira pelo Banco de Portugal revelam duas boas notícias.
Primeiro, o Banco de Portugal estima que em 2012 haverá um saldo positivo na balança de bens e serviços e que em 2013 haverá mesmo um superavit das balanças corrente e de capital. Se tal ocorrer, será a primeira vez em décadas.
Segundo,o Banco de Portugalespera uma contracção do PIB de 3% este ano, um valor melhor que os -3,4% previstos no Boletim da Primavera divulgadas no final de Março. A melhoria deve-se ao bom comportamento das exportações. 

Depois de o Tribunal Constitucional ter decidido que os cortes no subsídio de férias e de Natal são inconstitucionais, tivemos nos últimos dias o Presidente da República a dizer que "não é fácil encontrar espaço" para pedir mais sacrifícios aos portugueses e o Primeiro-Ministro a afirmar que "a realidade" mostra que "os objectivos do país" estão "mais difíceis de alcançar mas a resposta "não é renegociar tudo", "deitar o jogo ao chão", "dizer que não somos capazes". Vamos esperar para ver as cenas dos próximos episódios.

A Direcção Geral de Energia e Geologia anunciou que sete empresas manifestaram interesse em apresentar hoje, quinta-feira, propostas para a prospecção e pesquisa de ouro em Jales/Gralheira, Vila Pouca de Aguiar. Acredito que as grandes descobertas de ouro que estão a ser feitas tornarão Portugal numa potência mundial. Para tal acontecer mais rapidamente, deixo o apelo feito em posts anteriores para que se inicie também a prospecção de petróleo no Beato.

Nos últimos anos Portugal e a maioria dos restantes países têm vivido essencialmente preocupados com os problemas financeiros, ignorando os outros problemas que vão acontecendo à sua volta. Este facto pode ser preocupante num momento em que podem estar a acontecer dois genocidios, na Siria e no Mali, que infelizmente podem fazer relembrar os acontecimentos ocorridos no Ruanda há 8 anos (lembrar que se estima que no Ruanda morreram cerca de 800000 pessoas, sendo que cerca de 500000 dessas mortes ocorreram no espaço de um ano).

Na Síria o conflicto está prestes a entrar no segundo ano, mas tem vindo a tornar-se cada vez mais sangrento. Neste momento, penso que é legitimo falar da existência duma guerra civil entre o actual poder (liderado por Al-Assad) e o Free Syrian Army. A brutalidade do governo de Al-Assad tem sido imensa e há muito que a comunidade internacional devia ter tomado medidas para pará-la. Na Síria existe um coglomerado de diferentes povos e o facto das minorias serem o suporte do actual governo é um factor de preocupação para o que se poderá passar a seguir (mais uma vez é importante relembrar o Ruanda). O facto de estar a adiar-se uma solução, só tende a tornar esta situação mais provável.

No Mali existe também uma guerra civil, que ameaça tornar este pais um não-Estado semelhante à Somália. Neste momento existem 3 principais grupos em conflitos: o Governo de transição do Mali, instalado após um golpe militar em Março, rebeldes tuaregues essencialmente vindos da Libia (onde eram aliados de Khadafi) que lutam pela independência do Norte do Mali e os fundamentalistas da Ansar Dine, a facção islamista que integra a Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI), que pretende impor a Sharia no Mali. Todos os grupos têm cometido atrocidades à vida humana, e o número de mortes é já bastante elevado, embora não existam números oficiais. Nos últimos dias foi também revelado que os fundamentalistas da Ansar Dine estão a destruir os mausoléus, manuscritos e outro património edificado na cidade de Tombuctu, que integra a lista do Património Mundial da UNESCO.

Infelizmente, não posso resolver esses problemas à minha maneira para garantir que o respeito pela vida e dignidade humana, bem como pelo património da humanidade, eram sempre respeitados.

Embora o dado mais importante do Euro2012 é que Portugal neste momento tem o melhor treinador (José Mourinho), o melhor jogador (Cristiano Ronaldo) e o melhor árbitro (Pedro Proença) europeu.

O meu caro amigo JM pediu num recente post a minha opinião sobre o programa ObamaCare. Eu não sou um especialista na matéria, mas de qualquer maneira vou tentar explicar o que sei e dar a minha opinião.

Antes de mais é necessário perceber que nos EUA ao contrário de Portugal e da maioria dos paises europeus não existe um Serviço Nacional de Saúde, logo os cuidados de saúde tem de ser pagos pelas pessoas quando os utilizam. Uma grande parcela da população têm seguros de saúde (normalmente associados à entidade patronal) que cobrem grande parte das despesas de saúde (o restante é pago out-of-the-pocket). Um dos problemas dos seguros de saúde é que as seguradoras têm o direito de recusar as pessoas e/ou cobrar prémios de acordo com o risco, logo aqueles que tendem a precisar mais dos seguros de saúde ou não os conseguem ter ou tem de pagar prémios muito elevados. Antes do Obamacare existiam já 2 programas (Medicaid e Medicare) que procuravam garantir que as pessoas sem capacidades financeira ou em situação de maior fragilidade financeira tivessem acesso a cuidados de saúde. O Medicaid é financiado pelo governo federal e estatal e proporciona um seguro de saúde as a cidadãos dos EUA (reparem no que isso implica) com baixos rendimentos ou disabilidades. O Medicare proporciona um seguro de saúde a cidadãos dos EUA  com mais de 65 anos, jovens com disabilidades e pessoas com doenças renais. É importante perceber que apesar desses 2 programas existe uma grande parcela da população com baixos e médios rendimentos que não tem acesso a seguros de saúde, pelo que lhe é dificil ter acesso aos cuidades de saude nas principais instituições (existem instituições que prestam serviços gratuitamente ou a baixos preços a essas pessoas, mas como será de esperar a qualidade não é a melhor).

Este era o ponto de situação até ao ObamaCare. As principais medidas do ObamaCare são: expandir o Medicaid para pessoas com rendimentos até 133% da linha de pobreza, subsidiar seguros de saúde para pessoas com rendimentos até 400% da linha de pobreza, proibir recusa de realização de um seguro de saúde e/ou prestação de alguns serviços por parte das seguradoras/empregadores (esta medida está a ser fortemente atacada pela igreja católica e outras religiões, pois obriga que essas instituições proporcionem aos seus empregados seguros de saúde que subsidiem a compra de contraceptivos e/ou a realização de interrupções voluntárias de gravidez nos casos previstos na lei), proibir que os seguradores estabeleçam limites máximos aos montantes subsidiados e obrigar todos os cidadãos a ter um seguro de saúde. Esta última medida e o aumento das despesas necessárias para a expansão do Medicaid e subsidio dos seguros de saúde são 2 das medidas mais criticadas (juntamente com a já mencionada contestação da igreja católica e outras religiões a obrigatoriedade de subsidiar actos). A obrigatoriedade do seguro de saúde procura ser uma forma de redistribuir os rendimentos daqueles que não tinham seguros de saúde por não necessitarem para aqueles que não  os tinham por não terem dinheiro, contudo muitos dizem que a medida é  inconstitucional por obrigar as pessoas a comprarem algo que não querem.

Gostava de saber, do ponto de vista de um europeu, o que significa para a população norte americana o pacote ObamaCare.

Se por um lado acho que o direito aos cuidados primários da saúde deveriam ser gratuitos ou parte gratuitos, por outro lado e um exemplo temos em Portugal... O Estado não pode ser sempre o pai da vaca.

Isto é, se por um lado penso que um estado social é o resultado de um país desenvolvido, por outro lado acredito que cuidados de saúde gratuitos indiscriminados poderá ser um alvo apetecíveis para pequenos mercenarios que querem crescer à custa dos impostos dos contribuintes.

Tiago, podes ajudar?

Porque hoje Portugal joga e temos de ganhar à Espanha para estar na final do Euro2012