MUDAR esta pouca vergonha

O fenómeno musical deste Verão dá pelo nome de Pussy Riot. Esta banda punk feminina não se destaca pela qualidade da sua música, mas por ter trazido para a ribalta as restrições à liberdade de expressão (para não dizer mesmo à liberdade) que continuam a vigorar na Russia. Nadejda Tolokonnikova, Maria Alekhina e Ekaterina Samutsevitch, as três membros das Pussy Riot, foram condenadas na passada sexta-feira a dois anos de prisão  por "hooliganismo motivado por ódio religioso", devido à performance não autorizada que fizeram em Fevereiro na Catedral de Cristo Salvador, em Moscovo, apelando à Virgem Maria para afastar Vladimir Putin do poder, a duas semanas da sua recondução à presidência, e criticando o aval dado pela Igreja Ortodoxa ao Kremlin. Esta sentença é uma afronta às liberdades individuais e merecia uma critica mais severa e incissiva da comunidade internacional (penso que o tom moderado das criticas está também relacionado com os telhados de vidro que o caso Assange e Wikileaks levanta). Mais importante que debates filosóficos e politicos era importante neste momento garantir que Nadejda, Maria e Ekaterina não sejam enviadas para uma colónia penal para cumprir a sua pena. Depois disso deve garantir-se que a sua luta não é em vão e que vitórias são alcançadas.