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Emigrem, Se Faz Favor

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Sunday, December 18, 2011 by

Depois de há umas semanas o secretário de Estado da Juventude ter mandado os jovens emigrar, hoje foi a vez do primeiro-ministro recomendar aos professores a emigração (particularmente para o Brasil e Angola). Não conheço nenhuma teoria económica que defenda a emigração dos cidadãos de um país, pelo que devemos estar perante o nascimento duma nova doutrina económica.

Na minha opinião a defesa da emigração é uma opção errada pelas seguintes razões:
(1) Tanto o primeiro-ministro como o secretário de Estado defenderam a emigração de trabalhadores altamente qualificados. Logo, estamos a falar de trabalhadores em que o país fez um elevado investimento, essencialmente através do sistema de ensino público responsável pela formação da maioria desses trabalhadores.
(2) Do ponto de vista contabilistico não consigo perceber o que se pretende com a defesa da emigração. Penso que os nossos governantes se esquecem que os tempos de enviar remessas para a pátria mãe já lá vão e que em caso de emigração o mais provável é que esses trabalhadores alterem a residência fiscal para os países que os vão receber, pelo que se irão perder as receitas fiscais que poderiam ser obtidas desses trabalhadores. Os únicos beneficios económicos que consigo ver da emigração é a redução do montante de subsídios de desemprego que o Estado teria de pagar a alguns desses trabalhadores. No entanto, penso que os custos são muito maiores que esses beneficios.
(3) Antes de defender a emigração, o PM devia lembrar-se que Portugal é um dos países com a mais baixa taxa de fertilidade e em relação aos outros países da zona eura continua a ter um défice de mão-de-obra qualificada. Logo, quando voltarmos a crescer essa mão-de-obra pode fazer muita falta.


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