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Greves e Sindicatos

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Tuesday, November 29, 2011 by

Na semana passada houve uma greve geral em Portugal. Dados os comentários que li e ouvi (incluindo neste blog) e dado que os sindicatos prometem convocar novas greves, decidi reflectir um pouco sobre este tema.

Sempre fui e continuo a ser contra greves, essencialmente por achar que é uma forma de luta ineficiente, em que os custos mais que ultrapassam os beneficios, incluindo para os grevistas. As greves tiveram um papel fundamental na história e na luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho, contudo o mundo hoje é diferente, fazendo com que as greves sejam um meio pouco eficaz para alcançar os objectivos a que se propõem.

Actualmente, um dos pontos negativos das greves é a sua possivel confusão com as manifestações. Ao contrário das greves, penso que as manifestações, desde que ordeiras e pacificas, podem ser um meio de luta eficaz e neste momento de dificuldades podem ter uma importante função de catarse social. No entanto, é importante sublinhar 2 palavras na minha frase anterior: ordeiras e pacificas. É importante também que as  manifestações tenham um motivo e, mais importante, que o seu objectivo seja propor medidas concretas. Isto é, não é fazer manifestações só porque é giro.

Dito isto, gostaria de mais uma vez enaltecer a actuação dos sindicatos no último ano e meio. No passado fui muito crítico da atitude dos sindicatos, contudo desde que a actual crise começou eles mostraram ter uma atitude responsável e constructiva. Numa altura em que se pedem sacrificios às pessoas, é normal que elas se sintam descontentes. Os sindicatos até agora não têm tentado tirar partido desse descontentamento. Eles têm cumprido a sua missão de defender os interesses dos trabalhadores, essencialmente propondo medidas alternativas (umas boas outras más) às que estão a ser implementadas. Mais importante, os sindicatos têm conseguido organizar os trabalhadores de forma a que o ambiente se mantenha ordeiro e pacífico, bem diferente do que vimos na Grécia. Por estas razões, penso que o Governo devia ter uma palavra de agradecimento para os sindicatos, principalmente para os seus líderes (pois esses se calhar têm evitados que individualidades mais radicam tomem o comando da contestação).


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