MUDAR esta pouca vergonha

O dia em que nos preparamos para despedir de Papandreou (personagem central dos ultimos episódios da telenovela grega e que segundo me consta causa grande furor entre as donas de casa portuguesas), parece que não será também o dia em que nos despedimos de Silvio Berlusconi, outro galã dos tempos modernos. Silvio Berlusconi acabou de ver aprovado pelo Parlamento o relatório da execução orçamental do ano passado. Afasta dessa forma o cenário imediato de demissão, embora a sua situação continue no fio-da-navalha dado o aumento das pressões internas e externas para se afastar do governo (segundo me consta o próprio Presidente italiano já lhe disse que a sua hora tinha chegado). Berlusconi é uma personagem caricata, de moral duvidosa que claramente desprestigia a classe política. O seu grande mérito é o de ser um dos únicos primeiros-ministros italianos que conseguiu garantir a estabilidade política na Itália do pós-guerra.
Esta descrição de Berlusconi contrasta com a de Papandreou, a personagem que hoje nos abandona. Até à última semana parecia ser um lider sensato, que apesar dos poucos resultados concretos, parecia ter um importante sentido de Estado e de fazer as reformas necessárias. Na última semana tudo se alterou e talvez por isso nos despedimos hoje dele.