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Falar Verdade

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Sunday, January 29, 2012 by

Como escrevi em anteriores posts, o actual governo chegou à liderança do país duma forma que não a melhor. Passos Coelho tornou-se primeiro-ministro depois de derrubar o anterior executivo com o pretexto de não aprovar um novo PEC, indo atrás dos "arautos da desgraça" (os comentadores que enchem as nossas televisões e jornais) que acusavam Sócrates de todos os males do país. Penso que o primeiro-ministro começa a pagar o preço por ter alcançado o poder dessa forma, sendo que os mesmos "arautos da desgraça" já começam a acusar Passos Coelho e Vitor Gaspar de vários dos males do país.
Sócrates saiu numa altura em que não tinha mais espaço de manobra e depois de cometer vários erros. Logo, a saida de Sócrates era inevitável, embora ele não fosse o responsável de todos os males do país. Passos Coelho já cometeu alguns erros mas também já fez coisas boas. Além disso, ainda tem espaço de manobra e possui credibilidade externa e interna. No entanto, o sufoco que uma parte significativa da população portuguesa começa a sentir faz com que o governo se mova em areias movediças, em que um passo em falso pode ser muito perigoso.
Para conseguir ultrapassar esse percurso perigoso será fundamental que o Governo fale a verdade e tenha uma postura ética inatacável. O Governo tem de explicar as dificuldades do país e a necessidade que ele tem da ajuda da UE e do FMI e que por isso obrigam a cumprir as medidas por estes impostas. Apesar de cumprir as medidas impostas, o Governo deve compreender e explicar à UE e FMI que a política de austeridade não é o caminho a seguir, tal como foi dito por diversas personalidades nas últimas semanas.
O Governo deve ainda enaltecer o esforço que os portugueses estão a fazer. Como já disse várias vezes, se não fizer esse elogio agora, ele poderá já vir tarde de mais e os novos dirigentes da CGTP-IN não prometem nada de bom a esse respeito.
Finalmente, em termos éticos o Governo deve ter muito cuidado com a nomeações que faz para empresas públicas e a substituição de cargos dirigentes, para evitar que se levantem duvidas sobre a seriedade do executivo.


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