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OPA's

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Sunday, April 1, 2012 by

Depois de quase 4 anos sem qualquer OPA relevante em Portugal, na última semana tivemos 2 OPA's a empresas cotadas no PSI20 (a que se deve juntar o acordo para a compra da participação da ENI na Galp pela Amorim e Sonangol). Primeiro, na quinta-feira, o grupo José de Mello e a Arcus anunciaram uma OPA à Brisa. No dia seguinte foi a vez da Camargo Corrêa anunciar a OPA sobre a Cimpor.

Alguns pontos relevantes sobre estas OPA's
(1) Duas OPA's em dois dias pode ser visto como um sinal de que o pior já passou para Portugal, em particular no que diz respeito à incerteza sobre a sustentabilidade do país. Em termos de perspectivas de crescimento o panorama continua a não ser famoso.
(2) O facto de as OPA's surgirem quase imediatamente a seguir à redução da incerteza, revela que, ao contrário do que alguns diziam, pelo menos algumas empresas tinham capacidade de investimento. Apenas não estavam a utilizar os seus recursos, o que teria sido importante para estimular a economia.
(3) O prémio oferecido em ambas as OPA's face ao preço das acções antes da OPA é baixo (para mais dado o baixo valor das acções neste momento) e bastante inferior aos prémios oferecidos nas OPA's antes de 2008 (altura em que as acções estavam sobrevalorizadas). Apesar de achar que neste casos especificos o prémio é demasiado baixo, o facto do prémio ser baixo não é algo negativo por si só. De facto, a loucura que dominava antes de 2008, justifica em parte a crise que ocorreu (o BCP é um exemplo disso).
(4) Ambas as OPA's não têm como objectivo obter uma posição de controlo, pois a entidade que faz a OPA já a tem. Isso coloca algumas questões, pois estas OPA's podem ser simplesmente uma forma de subir o preço das acções duma empresa cujo proprietário considera esta subavaliada.


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