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The good, the bad and the ugly: UE, bandidos e Chipre

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Tuesday, March 19, 2013 by


A UE lançou uma espécie de bomba atómica ao exigir ao Chipre a criação de um imposto de 10% sobre os depósitos superiores a 100000 euros como contrapartida da ajuda financeira. Apesar da gravidade e dos perigos da medida, até existiam algumas explicações racionais para a justificar. O Chipre precisa em grande parte da ajuda financeira da UE para capitalizar os seus bancos e assim garantir o dinheiro aos depositantes. A questão é que grande parte desses depositantes não são cidadãos do Chipre nem sequer da UE, e "desconfia-se" que se tratam de individuos ligados a actividade ilegais que utilizam o Chipre como forma de branquear os seus capitais. Logo, sendo isso verdade, o resgate dos bancos iria estar de forma indirecta a financiar esse mundo ilegal. Logo, o imposto sobre os depósitos permitiria de alguma forma equilibrar essa dificil balança. Além disso, um imposto lump sum sobre a riqueza pode por vezes ser um mal menor quando a alternativa são impostos distorcionários para alcançar a mesma receita. No entanto, o imposto sobre os depósitos não é a melhor forma de alcançar isso, pois vem criar outras distorções ao criar incerteza sobre a possibilidade de medidas semelhantes no futuro ou em outros paises, o que leva as pessoas a reduzirem os seus depósitos e consequentemente o multiplicador monetário.

A UE não foi capaz de explicar nada disso, o que só veio tornar mais complicada e dificil, uma medida que já de si não era fácil. A UE devia ter: (1) mencionado o problema da lavagem do dinheiro no Chipre através dos depósitos, (2) criado mecanismos que garantissem que essa medida não se repetiria e (3) garantido a proporcionalidade do imposto e alargado o montante de pessoas isentas do imposto. Infelizmente tal não aconteceu e já temos mais uma crise.





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