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Longo-Prazo

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Tuesday, February 28, 2012 by

Desde o início da crise das dívidas soberanas em 2010 (para não ir mais longe) o Governo, o actual e o anterior, tem limitado-se à adopção de medidas de curto-prazo. Compreendo a necessidade dessas medidas dada a actual crise e até penso que grande parte das medidas tomadas foram na direcção certa. No entanto, considero que essas medidas não impedem a existência de uma política de longo-prazo, que tão necessária é para o país. Uma política de longo-prazo é necessária para garantir a sustentabilidade do país e evitar crises futuras.

Analizando o caso concreto das políticas energéticas. O preço do petróleo está em alta, aumentando as receitas dos países exportadores em prejuizo das balanças comerciais dos paises importadores. A menos que os testes exploratórios que estão a ser feitos em Peniche e Alentejo descubram petróleo, o governo português pouco pode fazer no curto-prazo para evitar os custos desta situação. Contudo, no longo prazo há muito a fazer.
A actual subida dos preços do petróleo deve-se não só à instabilidade geo-política em alguns dos paises exportadores, mas também à cada vez maior redução das reservas existentes para uma procura cada vez maior. Logo, a tarefa do governo será a de perceber como Portugal pode fazer face às suas necessidades energéticas no longo-prazo e se possível tornar a solução a essa necessidade uma fonte de vantagem comparativa.

No início do primeiro governo de Sócrates havia uma aposta clara nas energias renováveis, com uma política delineada nesse sentido. Apesar de alguns erros e exageros, penso que esse é o caminho a seguir. Portugal deve analizar como pode optimizar os seus recursos naturais para satisfazer as suas necessidades energéticas. Esta é uma missão não só do governo, mas de todos os agentes económicos (em particular das empresas e empreendedores). No entanto, o governo pode ter um papel activo ao criar condições favoráveis ao investimento nesta área e ao incentivar a investigação na produção e utilização de energias renováveis nas universidades e centros de investigação. Se começarmos hoje a preparar-nos para um mundo em que o petróleo será um bem quase inexistente, estaremos numa situação muito melhor quando esse dia chegar.


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