MUDAR esta pouca vergonha

Gostava de saber, do ponto de vista de um europeu, o que significa para a população norte americana o pacote ObamaCare.

Se por um lado acho que o direito aos cuidados primários da saúde deveriam ser gratuitos ou parte gratuitos, por outro lado e um exemplo temos em Portugal... O Estado não pode ser sempre o pai da vaca.

Isto é, se por um lado penso que um estado social é o resultado de um país desenvolvido, por outro lado acredito que cuidados de saúde gratuitos indiscriminados poderá ser um alvo apetecíveis para pequenos mercenarios que querem crescer à custa dos impostos dos contribuintes.

Tiago, podes ajudar?

Porque hoje Portugal joga e temos de ganhar à Espanha para estar na final do Euro2012

"Just when the caterpillar thought the world was over, it became a butterfly"

Numa altura em que andamos entretidos com o Euro de futebol e a possibilidade de Portugal ir à final tivemos um fim-de-semana cheio de notícias.


Logo na sexta-feira depois da vitória de Portugal vieram as más notícias, com o anúncio de que as receitas correntes do Estado português cairam em Maio, essencialmente por culpa duma menor cobrança no IRC e IVA. Este anúncio significa que será dificil alcançar a meta do défice de 4.5% sem novas medidas de austeridade. Ele vem também mostrar que a receita de austeridade pretendida pela Troika e seguida pelo governo não é totalmente apropriada e alguns impostos, como o IVA, podem já ter atingido o máximo, pois novos aumentos reduzirão a receita por as pessoas fazerem menos despesas.


Este Domingo ficou-se, finalmente. a saber que o candidato apoiado pela Irmandade Muçulmana, Mohamed Morsi, foi declarado vencedor das eleições presidenciais do Egipto. O futuro no Egipto continua muito incerto, pelo que vamos esperar para ver o que os próximos dias trazem.

Finalmente, este domingo ficou também a saber-se que bastou uma semana para o novo primeiro-ministro grego e o ministro das Finanças ficarem gravemente doentes.  O novo primeiro-ministro grego foi operado de urgência no sábado a um descolamento da retina, enquanto o ministro das Finanças está hospitalizado depois de ter sido internado, na sexta-feira, com fortes dores de estômago. Isto só mostra que a politica não dá saúde e que os Gregos estão mesmo a ver-se gregos para sairem do buraco onde estão.

Portugal ganhou à República Checa com mais um golo de Ronaldo (parece que abriu mesmo o ketchup) e já só faltam 2 vitórias para levar a taça e mudar o nosso fado.

Continuo a acompanhar com grande interesse as notícias sobre a exploração de ouro no Alentejo. Na passada semana a empresa canadiana Colt que têm a concessão das minas da Boa Fé, junto a Montemor no Alentejo, revelou que terminou os testes na região e que a "exploração em Boa Fé continua a gerar níveis impressionantes de ouro junto à superfície". A minha esperança é que nos próximos meses também se encontre petróleo no Beato.

Portugal qualificou-se para os quartos-de-final do Euro2012 com uma vitória de 2-1 sobre a Holanda e com Ronaldo a "deixar sair o Ketchup". Na Grécia a Nova Democracia ganhou as eleições, mas ainda não há fumo branco para novo governo. No entanto, tudo indica que por enquanto a Grécia irá ficar na UE e no euro, e todos respiram de alivio por uns dias. No Egipto, os resultados continuam desconhecidos.

Hoje a selecção portuguesa joga para se manter no Europeu de Futebol, a Grécia vota para se manter na UE e no euro (moeda) e o Egipto vota para ser uma democracia.

Porque amanhã há eleições decisivas na Grécia. Pela cabeça dos Gregos (e não só) deve andar algo muito parecido a isto:

Este fim-de-semana realizam-se duas importantes eleições: eleições legislativas na Grécia e eleições presidenciais no Egipto. O resultado das eleições gregas será fundamental para o futuro da UE e do euro, enquanto o resultado das eleições egipcias será fundamental para a democracia no mundo Árabe.

Infelizmente as noticias dos últimos dias não são animadoras em ambos os casos. Nas eleições gregas, os alemães parecem estar a fazer tudo para que o pior cenário aconteça pois esta sexta-feira o jornal alemão "Financial Times Deutschland" decidiu num editorial escrito em alemão e em grego apelar ao voto no conservador Nova Democracia, nas próximas eleições na Grécia, para evitar a demagogia de Alexis Tsipras e do seu Syriza. Dado o carinho que os gregos têm para com os alemães, este editorial surge como uma forma de interferência na politica interna, o que só favorece o Syriza.

No Egipto o Supremo Tribunal egípcio decidiu na quinta-feira que as eleições parlamentares do ano passado foram inconstitucionais e que o parlamento foi eleito em condições “ilegais”, ordenando a dissolução do parlamento. Muitos pensam que o Conselho Supremo das Forças Armadas deverá chamar a si o poder legislativo e nomear uma assembleia de 100 pessoas para redigir a nova constituição egípcia. Estes acontecimentos parecem não prever nada de bom para o futuro da democracia.

Normalmente passamos a vida a queixar-nos dos nossos políticos e a dizer que os politicos estrangeiros é que são bons. Por esta razão é sempre bom saber o que se vai passando nos outros paises para ver se tal é verdade ou não.
No mesmo dia em que o Governo britânico anunciou um programa de apoio às famílias problemáticas que negligenciam os seus filhos, ficou a saber-se que primeiro-ministro britânico David Cameron se esqueceu da sua filha Nancy de 8 anos num pub há dois meses. Parece que os ingleses estão em boas mãos.

Depois de na passada semana Passos Coelho ter elogiado a atitude dos portugueses perante os sacrificios que lhes são pedidos, agora foi a vez do New York Times fazer elogio semelhante.
Segundo o New York Times a população portuguesa é a mais "complacente" entre os diversos países da "zona de austeridade" na Europa, "pouco protestando" contra os cortes orçamentais ou aumentos de impostos. "Talvez em nenhum outro lado, as pessoas estão tão submissas como em Portugal. Mês após mês, o governo implementou cortes orçamentais, aumentos de impostos e leis laborais mais flexíveis exigidas pelos seus credores internacionais, com poucos protestos dos portugueses".
Numa altura em que a Espanha já se juntou ao grupo ao pedir ajuda externa de 100 mil milhões de euros para recapitalizar a banca, vamos esperar que a UE, o FMI e os investidores internacionais comecem também a valorizar a capacidade de sacrifício dos portugueses.

O juiz do caso BPN justificou o atrasos no caso com o facto do seu computador estar obsoleto. Segundo o juiz "[f]ace à antiguidade do computador, à capacidade da memória RAM e do disco rígido, o mesmo bloqueia inúmeras vezes, obrigando a reiniciar o computador frequentemente", o que "provoca grandes incómodos no decurso normal das várias sessões de julgamento", queixou-se o juiz.

Passos Coelho aproveitou o facto de que os senhores da Troika andam a visitar Portugal para elogiar a “extrema paciência” do povo português. Na minha opinião este elogio só peca por tardio, pois a atitude dos portugueses perante os sacrificios que lhes têm sido pedidos é a principal razão pela qual as entidades externas consideram a possibilidade de sucesso do programa de ajustamento em Portugal. Na realidade, eu penso que o Governo devia fazer este elogio mais vezes.

O livro "O Banco – Como o Goldman Sachs dirige o mundo" deixa algumas questões interessantes. Primeiro, nota que três antigos altos quadros da Goldman Sachs - Mario Dragi, Mario Monti e António Borges - ocupam ou ocuparam altos cargos europeus ou internacionais directamente relacionados com a crise da divida soberana europeia (António Borges actualmente é apenas o "responsável" pelas privatizações em Portugal, mas em 2011 ocupava funções no FMI que o levaram a supervisionar alguns dos maiores empréstimos da história da instituição: à Grécia e à Irlanda). Segundo, pouco se sabe o que esses senhores faziam na Goldman Sachs. Terceiro, a Goldman Sachs teve um papel importante na maquilhagem das contas gregas em 2002-2003.
Perante estes facto é sempre tranquilizador saber que as próximas privatizações em Portugal vão ser supervisionadas por uma pessoa com o perfil de António Borges.

Uma sondagem publicada na última semana dá uma vitória clara da Coligação de Esquerda Radical nas eleições gregas de 17 de Junho, com 31,5% votos. Como já disse várias vezes se esta vitória acontecer o mais provável é a Grécia sair do euro e os meses que se seguirão não serão nada fáceis para a UE, principalmente para Portugal.